terça-feira, 31 de janeiro de 2012

NÃO CHEGA JOGAR BEM 10 MINUTOS


Galitos/AAUAv:
Manuela Oliveira (1); Tânia Santos (1); Daniela Ramos (7); Inês Afonso (8); Sara Pinto; Rita Pires; Catarina Martins (2); Andreia Migueis (14); Raquel Soares; Ana Sami, Maria Cristo e Sara Morais (18).

Marcha do Marcador:
12-24, 27-34 (15-10), 38-44 (11-10), 60-51 (22-7).

O que diz o treinador:
"Este é um daqueles jogos sobre os quais se pode escrever uma tese ou simplesmente não se dizer nada. Vou tentar, embora com alguma dificuldade, ficar pelo meio-termo. Depois de três derrotas na primeira volta do campeonato tornava-se evidente para todos que, neste tipo de modelo competitivo, não havia margem para mais desaires, sob pena de comprometermos irremediavelmente a possibilidade de conseguir um dos dois lugares na fase final (ou ficarmos perigosamente dependente dos resultados das equipas que estão à nossa frente na tabela classificativa). Para além disso, a equipa da Maia disputava directamente connosco uma posição na classificação. Por estas razões, este jogo revestia-se de uma grande importância e justificava alguma pressão.
A prelecção que antecedeu o jogo focou-se na motivação das jogadoras, relembrando obviamente a responsabilidade na execução das tarefas de cada uma individualmente, mas sobretudo enfatizando a capacidade e o potencial que a equipa tem para jogar com qualidade.
A entrada no jogo foi muito forte. A nossa equipa colocou em campo o seu potencial defensivo e ofensivo que, juntamente com a grande motivação e experiência, resultou num 1º período de grande nível. O excelente desempenho defensivo anulou por completo os pontos fortes do adversário e as fortes transições defesa-ataque justificaram claramente o domínio conseguido nos primeiros 10 minutos do jogo.
No 2º período a equipa baixou um pouco a intensidade do jogo. A defesa tornou-se mais permissiva e a equipa adversária aproveitou para marcar alguns pontos fáceis. Era evidente o crescendo da equipa da Maia. A nossa necessidade de refrescar a equipa nesta fase do jogo não resultou bem porque quem entrou não conseguiu imprimir a mesma intensidade que nos permitiu o domínio no período anterior. A redução na pressão sobre o portador da bola permitiu ao Maia dispor de melhor organização do jogo e explorar os seus pontos fortes. Além disso, tornou-se óbvia a perda da luta na nossa tabela. Esta conjuntura permitiu que o Maia reentrasse no jogo e reduzisse a desvantagem com que tinha terminado o 1º período.
No intervalo era imperioso serenar a equipa e alertar para a necessidade de aumentar a eficácia defensiva sobretudo ao nível da pressão na portadora da bola e nos ressaltos defensivos. Houve uma grande preocupação em alertar para a importância da defesa da bola e na reconquista do domínio da nossa tabela. O 3º período caracterizou-se por grande equilíbrio no jogo com as poucas vantagens e os muitos erros a dividirem-se pelas duas equipas. No entanto, era claro o domínio físico da equipa da casa.
O 4º período foi um desastre a todos os níveis. A equipa da Maia, empurrada pelo seu público que criou um ambiente de constante pressão no jogo, motivou-se e aproveitou a nossa apatia defensiva para se aproximar no marcador. A meio do período a nossa estrutura defensiva apresentava enormes dificuldades para travar o crescendo ofensivo da equipa adversária. No ataque os erros sucediam-se com más opções e a pouca objectividade no ataque, a fraca selecção de lançamentos e inúmeras perdas de bola. Nesta fase o Maia conseguiu um parcial de 10-0 e passou pela primeira vez para a frente do marcador a cerca de 3 minutos do apito final. A perder por 6 era necessário parar o cronómetro, mas a equipa da Maia foi exemplar da linha de lances livres. Aliás, os últimos 12 pontos da equipa adversária foram marcados na linha de lances livres, o que demonstra a sua eficácia neste aspecto particular (12/14, 86 %), apesar da pressão do jogo.
Com o jogo perdido a poucos segundos do final, restava-nos procurar manter a vantagem directa que tínhamos em relação ao Maia e evitar a derrota por mais de 12 pontos de diferença, razão pela qual controlámos o tempo de jogo na última posse de bola, atacando o cesto com o tempo de jogo a acabar.
Impressionantemente apenas marcámos mais 3 pontos nos últimos 3 períodos do jogo do que no 1º período (27 contra 24!), i.e. uma média de 9 pontos por período! Para uma equipa com o nosso potencial ofensivo e experiência, estes valores são manifestamente pobres. Mais grave do que a fraca prestação ofensiva nos 3 últimos períodos, as debilidades defensivas são a maior preocupação. Sofrer mais de 50 pontos é um forte factor para sairmos derrotados dos jogos equilibrados (nas 4 derrotas sofremos 51, 52, 60 e 64 pontos).
Em 14 jogos oficiais, é frustrante não ser possível fazer uma convocatória sem estar limitado por condicionantes de ordem física de algumas das jogadoras mais influentes. Esta frustração também estará certamente na mente das jogadoras, cuja limitação as impede de poder ajudar a equipa de uma forma mais efectiva, sem poderem controlar ou alterar a situação. Estas são contrariedades que estão fora do controlo do treinador, mas que fazem parte do jogo, embora possam colocar em causa os objectivos da equipa cuja qualidade nos permite ambicionar um lugar na fase final.
A equipa tem que reagir a este resultado e concentrar-se em fazer o que nos compete nos 9 jogos que ainda faltam: ganhar! O jogo do próximo fim-de-semana é a missão que se segue e para a qual vamos trabalhar durante a semana com o objectivo assumido da vitória. Temos que fazer a nossa parte e sabemos que ninguém a faz por nós ou nos vai facilitar a tarefa.
As vitórias, quando se conquistam, são para as jogadoras saborearem e comemorarem. As derrotas servem para o treinador reflectir e pensar onde errou."
Por Hugo Fernandes


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