Galitos/AAUAv:
Manuela Oliveira (5), Cláudia Conceição, Catarina Martins (18), Teresa  Oliveira, Inês Afonso (2), Joana Capela, Vânia Costa (4), Maria Cristo  (13), Andreia Migueis (8), Diana Marques, Sara Morais (15) e Rita Pires  (4).
Marcha do Marcador:
26-22, 47-36 ( 21-14), 57-54 (10-18), 76-69 (19-15).
 
O que diz o treinador:
"Depois dos bons resultados obtidos contra as equipas colocadas nos três  primeiros lugares da classificação partimos para este jogo na  expectativa de conseguirmos um resultado positivo e uma boa exibição.  Acabámos por não conseguir nem uma coisa nem outra.
O 1º período  desenrolou-se com equilíbrio e com os ataques a superarem as defesas  contribuindo para o elevado resultado no parcial. A nossa fraca  prestação defensiva resultou em 26 (!) pontos sofridos nos primeiros 10  minutos. A equipa local rapidamente se apercebeu da permeabilidade da  nossa defesa e chegou ao intervalo com uma vantagem que se justificava.
No  intervalo procurámos corrigir os aspectos defensivos, repor alguma  serenidade no ataque e apelar à experiência da equipa. No regresso ao  jogo, uma boa atitude defensiva permitiu anular alguns pontos fortes da  equipa do CAD que só marcou 10 pontos neste período. O nosso ataque  também melhorou, assentando em transições fortes e numa boa selecção de  lançamento, levando-nos para o derradeiro período apenas com 3 pontos de  desvantagem.
No último período conseguimos uma vantagem de 5 pontos  que rapidamente se esfumou quando deixámos de defender e optámos por  acções individuais em detrimento do colectivo, acumulando sucessivos  erros no ataque. Os 2 primeiros períodos não serviram de lição e  voltámos a consentir que a equipa adversária tivesse liberdade nas suas  acções ofensivas e concretizasse muitos pontos fáceis.
Como o título  desta crónica indica, somos capazes do melhor e do pior. Neste jogo  fomos capazes do pior durante muitos (mesmo muitos) minutos. Para além  dos maus índices estatísticos (média de 19 pontos sofridos por período,  26 turnovers, 50% e 44% de concretização de lances livres e lançamentos  de 2 pontos, respectivamente), é preocupante verificar que a qualidade  individual defensiva está muito abaixo das nossas capacidades. Para além  disso, é confrangedor assistir a tão más opções no ataque, sobretudo  porque a equipa tem grande capacidade técnica e porque trabalhamos os  aspectos tácticos em todos os treinos desde o início da época,  explorando todas as soluções do nosso modelo de jogo.
Para os adeptos  da equipa local foi um bom jogo porque viram a sua equipa lutar,  dominar e vencer. Para nós, o jogo valeu sobretudo pelos momentos em que  conseguimos disfarçar as lacunas defensivas (3º período) e explorar  melhor o ataque o que nos permitiu recuperar e passar para a frente do  marcador.
Este foi um jogo entre uma equipa experiente (supostamente a  nossa), mas desconcentrada, apática e que jogou a passo contra uma  equipa jovem, mas determinada, agressiva e que jogou a correr. No  basquetebol moderno é difícil ter sucesso quando se joga sem dinâmica,  sem concentração, sem agressividade, sem velocidade, sem intensidade.  Modelos de jogo demasiado rígidos ou muito especializados são  previsíveis e facilmente desmontados pelas defesas inteligentes. Modelos  de jogo semi-rígidos ou livres quando executados sem intensidade e  agressividade ofensiva são ineficazes e perfeitamente inócuos. É este o  nosso caso. Por outras palavras, não importa o modelo de jogo adoptado,  mas sim a forma como os jogadores o executam. E nós executámos mal, na  defesa e no ataque.
Nas crónicas anteriores foi dado algum ênfase à  importância do colectivo, ao rigor no trabalho para conseguirmos  melhorar todos os dias e à necessidade de reconhecermos o nosso papel  para melhor podermos contribuir para o sucesso da equipa. O valor de uma  equipa não se mede apenas pelos resultados desportivos, mas são os  resultados que ajudam a consolidar esse valor.
É importante saber  interpretar o que vai sendo escrito nas crónicas. Já não espero que se  perceba o que está escrito nas entrelinhas, mas, pelo menos, aquilo que  se escreve nas linhas."
Por Hugo Fernandes