Galitos/AAUAv:
Manuela Oliveira (11); Tânia Santos (8); Daniela Ramos; Inês Afonso (6); Sara Pinto; Rita Pires; Catarina Martins; Andreia Migueis (14); Raquel Soares (14); Ana Sami, Maria Cristo (2) e Sara Morais (7).
Marcha do Marcador:
10-24, 36-37 (26-13), 46-51 (10-14), 62-71 (16-20).
O que diz o treinador:
"A recepção à equipa da Académica constituía um ponto-chave para as aspirações de ambas as equipas a um lugar de acesso à fase final do campeonato. Depois da derrota por 2 pontos após prolongamento no jogo da primeira volta, estávamos cientes do potencial e das características da equipa de Coimbra. É uma equipa jovem e bastante dinâmica, que tem a possibilidade de colocar em campo um “cinco” alto, rápido e dotado de boa capacidade técnica.
O início do jogo foi completamente desastroso. Aparentando alguma ansiedade e desconcentração, a nossa equipa entrou muito mal e permitiu que a equipa de Coimbra iniciasse o marcador com um parcial de 00-11, mostrando que estava decidida a ganhar este jogo. Durante todo o período sucederam-se os erros, sobretudo defensivos, que resultaram na motivação da equipa adversária e numa desvantagem de 14 pontos no final do 1º período.
As indicações dadas na paragem e as substituições efectuadas surtiram efeito e a nossa equipa surgiu no 2º período com outra atitude defensiva e maior intensidade nas transições. Esta mudança de jogo apanhou a equipa da Académica desprevenida e causou alguma perturbação no seu estilo de jogo. Dominando praticamente todos os aspectos do jogo, conseguimos encetar uma excelente recuperação e fomos para o intervalo com apenas 1 ponto de desvantagem.
A forma de jogar que exibimos no 2º período era a receita para alcançar a vitória e foi nesse sentido que foram dadas indicações durante o intervalo. Apesar disto, a equipa retornou ao jogo algo desconcentrada, sobretudo no ataque em que se sucederam maus passes, lançamentos precipitados e más decisões. Não admira pois que voltássemos a marcar apenas 10 pontos neste período e entrássemos no derradeiro período com 5 pontos de desvantagem.
O resultado no início do 4º período deixava tudo em aberto. No entanto, a boa entrada em jogo da Académica rapidamente elevou a diferença para 10 pontos, deixando-nos intranquilos e nervosos. Nesta fase, para além da pressão natural do resultado, a nossa equipa foi ainda vítima de alguma pressão do banco adversário, o que contribuiu para maior destabilização das nossas jogadoras. Todos estes factores aliados a algumas decisões menos compreensíveis (para não dizer incoerentes ou injustas) da equipa de arbitragem contribuíram para que a equipa não mais se encontrasse e, apesar de lutar até ao apito final, já não foi possível inverter o resultado.
A equipa está claramente numa fase menos boa e demonstra alguma ansiedade e dificuldade para reagir à pressão de ter a obrigação de ganhar. Para além disto, o trabalho semanal tem sido tremendamente limitado pela ausência de jogadoras influentes que, por motivos profissionais ou físicos, não têm podido participar nas sessões de treino. Esperemos que a partir desta fase a equipa possa libertar-se da pressão e passar às boas exibições, jogando com a qualidade que realmente possui. A meta aproxima-se, mas há ainda muitas etapas em disputa e é preciso estarmos bem para podermos ultrapassar os obstáculos.
Ao contrário de outros, que não têm crónicas mas almejam ter títulos, eu tenho uma crónica sem título porque não é fácil rotular este texto. Apesar de poder avançar com várias possibilidades, isso não acrescentaria nada à crónica, nem ao título e, por isso, mais vale ficar assim.
Os grupos funcionam razoavelmente bem quando tudo corre como previsto, mas as verdadeiras (boas) equipas reconhecem-se nos momentos menos bons, quando as adversidades põem à prova a coesão e a estabilidade do grupo. Este é o momento de avaliar o estado da equipa e de redesenhar os objectivos do colectivo em função do resultado dessa avaliação. A ambição é uma atitude e esta não deve mudar em função dos resultados. É importante agora recuperar os problemas físicos que têm debilitado o grupo e sacudir a pressão para que possamos regressar na próxima jornada com uma atitude guerreira e determinada."
Por Hugo Fernandes
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